quarta-feira, 23 de abril de 2008
Um problema digestivo europeu
Após a condenação de 3 homens, por crimes de guerra na Bósnia, fica no ar uma sensação de impunidade. Aquilo que devia ser um esforço de justiça exemplar na história da União Europeia faz rodapé nos jornais e deixa a opinião publica, já habituada às "avarezas das guerras dos outros", numa indiferença robótica. A ex-Jugoslávia têm mais crimes de guerra per capita que qualquer (ex) país na Europa, contudo o futuro desses países não parece melhor desde a sua desagregação.
Após anos de guerra inter-religiões o custo vai muito para além do economicamente contável, a ferida não sara e o espírito não esquece. A verdade é que muito mais podia ter sido feito. A cobardia da UE nos momentos chave mantêm-se, agora em relação ao Kosovo. A sua pesada herança histórica demonstra a fragilidade politica da UE e dá razão aos mais pessimistas.
Karadzic e Mladic continuam a monte e nem com a ajuda dos eternos (EUA) se anuncia a sua captura. O medo das querelas internas na UE é de tal ordem que torna qualquer intervenção, mesmo em prol da paz, uma autêntica jogada de cheque-mate na hora da aproximação politica.