quinta-feira, 17 de abril de 2008

Mercado de interesses

A lógica de mercado assusta-me. Afinal são bens como os alimentos que asseguram a nossa existência. Se não vejam, porque é que o preço do trigo puderia aumentar 200% bastando para isso haver uma enorme quebra de produção e de stocks, e óbvio, larga procura? O cenário é um tanto ou quanto apocalíptico, mas o do petróleo, afinal, não anda tão longe quanto isso.A racionalidade dos preços pode ser cruel. Veja-se o exemplo, de destruir alimentos para os manter a baixo preço no mercado. Percebe-se também que os produtores precisem de ter margem de lucro nos produtos, uma baixa de preço drástica tornaria isso impossível.

A mão invisível que Adam Smith menciona é a ordem natural da conjugação dos vários interesses, contudo essa mão é tão eficaz como um sinaleiro em plena Praça de Espanha. É preciso não só a regulação e uma identidade como um carácter humanista na distribuição. O capitalismo veio para ficar, não desta forma auto-destrutiva - sem fazer referência a Marx - mas numa incontornável cooperação para a civilização. Não interpretem isto em traços revolucionários. Não há um pingo de revolução neste texto, apenas humanismo na sua linha mais racional e finita.

O Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e Nações Unidas conseguem tanto dos Estados como aquilo que Eles querem dar. Apoiar um país vizinho não dá grandes votos, com sorte passa ao lado nos jornais e não existe grande contestação.

A regulação do mercado é uma obrigação ética de todos os países, assim como deveriam ser os orçamentos de Estado.